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Cisco oferece inteligência para teles alavancarem IP

-- 08/10/2003 --

Na fase inicial, fornecedora vai trabalhar com as quatro incumbents para desenhar, lançar e promover serviços gerenciados ao mercado corporativo

Tatiana Americano

Nesta quarta-feira, 08/10, a Cisco divulgou uma nova estratégia de negócios para o Brasil destinada a impulsionar a utilização das infra-estruturas IP das operadoras. "Queremos trabalhar em parceria com as provedoras para ajudá-las a atender às necessidades dos clientes corporativos e que querem algo mais do que a simples conectividade oferecida pelas teles", explica Carlos Carnevalli Júnior, gerente de desenvolvimento de negócios da Cisco Systems para América Latina.

"A infra-estrutura IP que vendemos para quase todas as operadoras brasileiras ainda é subutilizada", destaca o executivo, justificando assim a estratégia da companhia de alavancar novos serviços dentro das carriers. A proposta, explica Carnevalli Jr, é, uma vez que sua empresa nasceu para atender ao setor corporativo, levar essa experiência para dentro das operadoras, transformando as necessidades de comunicação das empresas em novos negócios.
Na prática, a Cisco vai funcionar como uma intermediária no processo. A partir da aliança com a tele, ela avalia oportunidades para oferta de serviços IP gerenciados e fica responsável por desenhar, lançar e promover os produtos para as empresas. "Nós saímos ganhando ao acelerar o ciclo de compra de equipamentos nas operadoras e nos clientes corporativos", explica o gerente de desenvolvimento. Ainda segundo ele, o momento tem sido bastante propício, já que começa a ganhar força a tendências das companhias migrarem das redes frame relay para IP.

De acordo com Carnevalli Jr., as primeiras parceiras da Cisco na área de serviços gerenciados são Embratel, Telemar, Telefônica e Brasil Telecom. Mas a fornecedora tem interesse em estar levando o conceito para todos os provedores que utilizam seus equipamentos como base da infra-estrutura IP, incluindo Intelig, MetroRED, Diveo, entre outros.

Em relação aos resultados diretos, o executivo não revela números, mas afirma que trabalha com expectativas a médio prazo. "Em seis meses as teles devem começar a oferecer esses serviços de forma estruturada e, em um ano, o mercado deve estar maduro", prevê, apontando que um dos resultados dessa mudança deve ser a adoção de tecnologias como IP VPN por empresas de médio e pequeno portes. "Hoje isso está restrito às grandes corporações", avalia.

Além de IP VPN, o gerente cita na lista de serviços gerenciados que podem ser oferecidos em parceria com as operadoras telefonia IP e segurança.

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Brasil, o gigante da AL, tem grande potencial de crescimento em e-commerce

Com a nona maior economia do mundo, bem como a maioria dos usuários de Internet e responsável por grande parte da receita de e-commerce da América Latina, o Brasil representa de longe, o maior mercado de tecnologia da região. Os consumidores e negócios brasileiros estão abraçando a Internet, ao mesmo tempo em que o governo está trabalhando muito próximo às operadoras e prestadores de serviço para alavancar a infra-estrutura de telecomunicações do país.

Dos projetos patrocinados pelo governo para esforços em sistemas bancários, varejo e educação, o Brasil tem um potencial enorme na Internet. A Cisco Systems está trabalhando com o governo e a indústria por todo o país para desenvolver as melhores estratégias e tecnologias que colaborem neste processo.

Há também um crescente interesse em mobilidade, serviços por cabo e satélite. “A mobilidade representa uma oportunidade enorme no Brasil, diante do subdesenvolvimento das tradicionais infra-estruturas de comunicações existentes”, afirma Carlos Carnevali, presidente da Cisco do Brasil e das operações na América do Sul.

De acordo com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), o país já havia registrado mais de 46 milhões de telefones celulares até dezembro de 2003 – 11 milhões destas linhas no sistema pós-pago e os outros 35 milhões pré-pagos. Para efeito de comparação, o Brasil possui 40 milhões de linhas de telefonia fixa.

Desafios... e Oportunidades

Uma infra-estrutura de telecomunicações, que até pouco, era subdesenvolvida, uma grande diferença social e a falta de estabilidade econômica são alguns dos motivos que limitaram o desenvolvimento tecnológico do Brasil e temporariamente congelaram a expansão do “negócio Internet”.

Mas, apesar destas dificuldades, a adoção da Internet tem acontecido rapidamente de acordo com o eMarketer. Estima-se que 6,1 milhões de brasileiros navegavam pelo menos uma hora por semana na web em 2001. Em 2004, este número deve subir para 16,4 milhões.

Brasileiros são claramente atraídos pela Internet. Apenas uma pequena parcela da população possui computador em casa, mas um grande número de pessoas utiliza quiosques, cyber cafés ou outra forma de acesso público para navegar na web. Relativo a população com acesso regular à Internet, os brasileiros estão em primeiro lugar nas salas de bate-papo e em música online, e segundo lugar no uso de mensagens instantâneas, de acordo com pesquisa realizada em 2002 pela Nielsen/NetRatings sobre tendências globais no uso da Internet.

Este estudo só reforça o grande interesse pela Internet no Brasil. Para usufruir totalmente das tecnologias avançadas em telecomunicações, entretanto, o governo e a indústria devem estar comprometidos com mudanças necessárias na infra-estrutura – e é isso que eles estão fazendo.

O Governo assume a Liderança

Assim como em outros países da América Latina, o governo do Brasil está procurando alternativas para cortar gastos, aumentar a produtividade e melhorar as oportunidades de negócios e sociais. O desenvolvimento de tecnologias de rede pode ser o alicerce para estes esforços, com o benefício agregado de prover meios para contribuir em assuntos críticos como saúde e educação.

O fato do governo utilizar um sistema para aquisições online, é mais um exemplo de como o país está realmente interessado em tecnologias que utilizem a Internet. Órgãos dos governos municipal, estadual e federal estão sendo incentivados a utilizar o portal eletrônico ComprasNet. Hoje, mais de 150 mil fornecedores estão registrados e mais de 5200 leilões públicos acontecem desta forma, movimentando aproximadamente R$ 1,27 bilhão – isto representa uma economia de cerca de 25% em cada transação. O portal ComprasNet também dá maior transparência ao processo de aquisições públicas, reduzindo desvios e a corrupção, tornando mais fácil a negociação de contratos com pequenos e médios fornecedores.

O Brasil continua melhorando o acesso à Internet para seus cidadãos. Por exemplo, a Telefônica e o governo de São Paulo estão trabalhando para a instalação de mais de 200 centros populares de informática, destinados a uma parcela de mais de 3,5 milhões de habitantes com baixa renda. Além disso, em 2001 o governo lançou um programa para incentivar a compra de micro-computadores, o que beneficia 23 milhões de brasileiros que agora têm a oportunidade de comprar PCs com parcelas mensais bastante reduzidas.

Serviços Financeiros

Os bancos brasileiros reconheceram há algum tempo a importância de prover acesso à Internet aos seus clientes. “Muitos deles fazem parcerias com os provedores para oferecer um serviço gratuito ou com grande desconto”, afirma Carnevali. “Alguns também servem como ‘portais de terceirização’ para sites de e-commerce”.

Instituições financeiras estão implementando sistemas avançados de comunicação que garantem a segurança, economia de tempo e também de dinheiro. O Sistema de Pagamento Bancário (SPB), uma iniciativa do Banco Central (BC) que permite aos bancos negociar e fazer pagamentos em tempo real é um exemplo disto. No passado, muitas movimentações financeiras entre bancos eram realizadas durante o dia, mas sua efetivação só ocorria no fechamento dos negócios e com autorização do BC durante a noite. O SPB, que utiliza tecnologia Cisco, tira todo o risco de transferências problemáticas com o Banco Central, por monitorar em tempo real as instituições e suas reservas.

Um passo à frente

A adoção de tecnologia está progredindo rapidamente em outros setores também. A receita do comércio eletrônico brasileiro atingiu R$ 6,5 bilhões em 2001 – o maior da América Latina, de acordo com o eMarketer. Transações entre empresas (B2B) têm grande participação neste montante.

O e-Learning é uma excelente alternativa se comparada aos tradicionais métodos de educação. “Os negócios brasileiros têm sido os mais motivados a utilizarem esta tecnologia”, afirma Carnevali. De acordo com o IDG, 24% dos profissionais brasileiros agora acessam a Internet para fins de treinamento e educação, e espera-se que corporações aumentem seus investimentos neste sentido já nos próximos anos.

A Cisco está comprometida com a educação do país e tem uma série de iniciativas baseadas no programa NetAcademy. Em conjunto com a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo e do SENAC, a Cisco tem colaborado em um projeto chamado “Profissão”. Esta iniciativa ajuda a preparar estudantes universitários para se tornarem técnicos de projetos de redes. A Cisco também está trabalhando com a Universidade Federal do Rio de Janeiro a desenvolver grades (curriculum) para estudantes com deficiência mental ou física.

Trabalhar de forma cooperativa com instituições como Fundação Bradesco, Senai e CIEE, o programa Cisco Networking Academy está crescendo a cada ano e já conta com mais de 100 academias em 23 estados do país. Através destas academias, mais de 10 mil técnicos foram treinados até o momento.

Há a grande evidência de que o governo brasileiro, negócios de todos os tipos e instituições financeiras estão fazendo melhorias consideráveis na infra-estrutura tecnológica do país, e que, o uso da Internet está crescendo. Por estes motivos, a Cisco continuará trabalhando com representantes de todos os setores, ajudando na disseminação da Internet e de seus potenciais negócios nesta enorme e promissora nação sul-americana.