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PEX - Artigo do Expresso
«O alvo são todas as empresas»
Um dos rostos visíveis de um novo projecto de mercado de capitais em Portugal (o PEX), Luís Rodrigues assume que haverá produtos e serviços inovadores para os investidores, além de garantir complementaridade com a plataforma única Euronext
Ana Baião
O PEX (Private Exchange), conhecido como nova Bolsa, deverá ser uma realidade em meados do primeiro semestre de 2003. A complementaridade com a Euronext volta a ser assumida por Luís Rodrigues, um dos promotores do projecto.
EXPRESSO - Quando arranca a nova Bolsa?
LUÍS RODRIGUES - Prevemos o arranque em meados do primeiro semestre de 2003. Além da escritura, que está praticamente ultrapassada, falta o contrato com o fornecedor de tecnologia, a ser ultimado neste momento. Depois vamos submeter à CMVM as peças que faltam para obter o registo, nomeadamente o regulamento deste mercado e o sistema. A partir daí arrancamos com uma campanha de «marketing», para dar a conhecer o projecto aos emitentes e intermediários financeiros. Haverá reuniões bilaterais com os intervenientes do mercado.
EXP. - O que é neste momento o PEX?
L.R. - É um mercado organizado e registado dentro de um espírito não regulamentado. Haverá menores exigências para as empresas, mas a infra-estrutura, o sistema de negociação, é em tudo semelhante a um mercado regulamentado.
EXP. - Mas vai mesmo ser um mercado complementar à Euronext?
L.R. - Absolutamente. Nós vamos tentar que seja através do PEX que as empresas de menor dimensão ou que ainda não estejam cotadas ganhem a cultura de mercado necessária para depois poderem avançar para um mercado internacional como a Euronext. Iremos inovar em produtos e serviços, complementando a oferta actual da Euronext.
EXP. - Terão como alvo as pequenas e médias empresas?
L.R. - O alvo será o universo das empresas que queiram utilizar o PEX como centro de distribuição.
EXP. - Para uma média empresa que queira ir buscar fundos à Bolsa, o que é que oferecem que a Euronext não ofereça?
L.R - Além de os custos no PEX serem mais baixos, vamos ter serviços de apoio a empresas que irão permitir dar cultura de mercado a essas empresas, para que a Bolsa seja uma verdadeira alternativa ao financiamento e não exclusivamente uma montra de empresas.
EXP. - São complementares com a Euronext mas têm como alvo todas as empresas?
L.R. - A Euronext, quando determinou a segmentação do mercado, acabou por se tornar atraente apenas para as grandes empresas. As que estão na Euronext mas não têm dimensão para estar na «primeira liga», sendo por isso obrigadas a negociar por chamada, porventura poderão requerer a dupla cotação (na Euronext e no PEX), de forma a não perderem o mercado nacional mas também a estarem numa frente mais alargada que é a Euronext.
EXP. - Que novos produtos e serviços vão ter?
L.R. - Há uma grande aposta na dívida privada, onde iremos ter algumas inovações. Vamos introduzir uma nova forma de distribuir fundos de investimento, não só pelas redes de distribuição das entidades que os gerem mas também pelo mercado como um todo. Ao mesmo tempo consegue-se equilibrar os montantes sob gestão, de forma a não haver uma pressão nem de subscrições nem de resgates. Apostaremos também no papel comercial.
EXP. - Como é que os investidores podem ter acesso ao PEX?
L.R. - Como fazem hoje em dia, através dos intermediários financeiros.
EXP. - Como vê a evolução da organização dos mercados?
L.R. - Se os mercados evoluírem para que os serviços sejam directamente proporcionados aos investidores e os intermediários se desenvolverem para a desintermediação a nível das Bolsas, é natural que passemos a ser concorrentes uns dos outros. Mas, para já, continuaremos a ser facilitadores de negociações para os intermediários. Nós estamos preparados para essa possibilidade. Mas para a total desintermediação é preciso regulamentação que equipare os investidores institucionais aos particulares.
EXP. - A internalização de ordens - que permite aos intermediários comprar e vender valores mobiliários sem recorrer às Bolsas - é uma ameaça ou uma oportunidade?
L.R. - É uma oportunidade. O PEX poderá facilitar esse serviço, porque para que haja internalização cada um dos intermediários terá de comprar o sistema de negociação. Não sei se teremos mercado ou volume suficiente para que isso aconteça. Nós poderemos alugar esse serviço aos intermediários. Eventualmente, esses alugueres poderão passar a vendas.
EXP. - Já foi definido o valor das taxas a aplicar a este mercado?
L.R. - Enquanto o PEX não estiver devidamente constituído não haverá discussão sobre essa matéria. Mas a CMVM já se mostrou sensível ao assunto.
EXP. - Continuam a querer incentivos fiscais?
L.R. - Conversámos com o secretário de Estado do Tesouro e das Finanças, que deu importância não só ao mercado de capitais como a este projecto. Já tivemos também indicação de que o próprio Ministério da Economia vê com bons olhos um projecto deste tipo. Mas tenho alguma reserva que o mercado seja constituído por investidores à procura de incentivos fiscais. Já tivemos essa experiência e já vimos qual o resultado a médio e longo prazo. Nesse sentido, os benefícios fiscais são um acréscimo que as empresas poderão ter, mas não serão esses incentivos que ditarão o sucesso do projecto.
EXP. - Que informação têm de prestar aos investidores as empresas cotadas no PEX?
L.R. - Há níveis mínimos de informação obrigatória. Vamos incentivar as empresas a ir além desses níveis, sempre numa postura didáctica.
Pedro Lima
Ex-quadros da Bolsa fazem PEX
O PEX (Private Exchange) vai ter um conselho geral, onde estarão sentados os accionistas da OPEX, empresa que controla 100% deste mercado não regulamentado. Terá também uma direcção, onde estarão os promotores/gestores do projecto. Além de Luís Rodrigues, que esteve durante anos ligado à Bolsa portuguesa, o PEX conta com Correia de Matos, ex-presidente da Interbolsa, e com Jorge Valentim Lourenço, que saiu da administração da Bolsa de Valores de Lisboa e Porto (BVLP) após a fusão com a Euronext. Inicialmente, o projecto nasceu da iniciativa de Álvaro Dâmaso, que entretanto se afastou para presidir à ANACOM (entidade reguladora das comunicações) mas que esteve muitos anos ligado à Bolsa, de António Nogueira Leite, ex-presidente da BVLP e ex-secretário de Estado, que deverá ser presidente do conselho de gestão da OPEX, e de Luís Rodrigues.
As linhas de actuação passarão não só pela negociação de acções mas também por novos produtos e serviços inexistentes em Portugal, assim como pelo aluguer de sistemas informáticos. Em dois anos prevê-se atingir entre 100 a 150 instrumentos financeiros negociados, e em três anos chegar-se-á ao «break-even». O capital actual é de 1,6 milhões de euros (os promotores/equipa de gestão terão 750 mil euros, o parceiro tecnológico Datacomp 250 mil, empresas de capital de risco 450 mil e um grupo de investidores particulares não identificados 100 mil). Em 2003, o capital será de 3 milhões de euros, prevendo-se a entrada de empresas que vierem a ter títulos negociados no PEX.
Um dos rostos visíveis de um novo projecto de mercado de capitais em Portugal (o PEX), Luís Rodrigues assume que haverá produtos e serviços inovadores para os investidores, além de garantir complementaridade com a plataforma única Euronext
Ana Baião
O PEX (Private Exchange), conhecido como nova Bolsa, deverá ser uma realidade em meados do primeiro semestre de 2003. A complementaridade com a Euronext volta a ser assumida por Luís Rodrigues, um dos promotores do projecto.
EXPRESSO - Quando arranca a nova Bolsa?
LUÍS RODRIGUES - Prevemos o arranque em meados do primeiro semestre de 2003. Além da escritura, que está praticamente ultrapassada, falta o contrato com o fornecedor de tecnologia, a ser ultimado neste momento. Depois vamos submeter à CMVM as peças que faltam para obter o registo, nomeadamente o regulamento deste mercado e o sistema. A partir daí arrancamos com uma campanha de «marketing», para dar a conhecer o projecto aos emitentes e intermediários financeiros. Haverá reuniões bilaterais com os intervenientes do mercado.
EXP. - O que é neste momento o PEX?
L.R. - É um mercado organizado e registado dentro de um espírito não regulamentado. Haverá menores exigências para as empresas, mas a infra-estrutura, o sistema de negociação, é em tudo semelhante a um mercado regulamentado.
EXP. - Mas vai mesmo ser um mercado complementar à Euronext?
L.R. - Absolutamente. Nós vamos tentar que seja através do PEX que as empresas de menor dimensão ou que ainda não estejam cotadas ganhem a cultura de mercado necessária para depois poderem avançar para um mercado internacional como a Euronext. Iremos inovar em produtos e serviços, complementando a oferta actual da Euronext.
EXP. - Terão como alvo as pequenas e médias empresas?
L.R. - O alvo será o universo das empresas que queiram utilizar o PEX como centro de distribuição.
EXP. - Para uma média empresa que queira ir buscar fundos à Bolsa, o que é que oferecem que a Euronext não ofereça?
L.R - Além de os custos no PEX serem mais baixos, vamos ter serviços de apoio a empresas que irão permitir dar cultura de mercado a essas empresas, para que a Bolsa seja uma verdadeira alternativa ao financiamento e não exclusivamente uma montra de empresas.
EXP. - São complementares com a Euronext mas têm como alvo todas as empresas?
L.R. - A Euronext, quando determinou a segmentação do mercado, acabou por se tornar atraente apenas para as grandes empresas. As que estão na Euronext mas não têm dimensão para estar na «primeira liga», sendo por isso obrigadas a negociar por chamada, porventura poderão requerer a dupla cotação (na Euronext e no PEX), de forma a não perderem o mercado nacional mas também a estarem numa frente mais alargada que é a Euronext.
EXP. - Que novos produtos e serviços vão ter?
L.R. - Há uma grande aposta na dívida privada, onde iremos ter algumas inovações. Vamos introduzir uma nova forma de distribuir fundos de investimento, não só pelas redes de distribuição das entidades que os gerem mas também pelo mercado como um todo. Ao mesmo tempo consegue-se equilibrar os montantes sob gestão, de forma a não haver uma pressão nem de subscrições nem de resgates. Apostaremos também no papel comercial.
EXP. - Como é que os investidores podem ter acesso ao PEX?
L.R. - Como fazem hoje em dia, através dos intermediários financeiros.
EXP. - Como vê a evolução da organização dos mercados?
L.R. - Se os mercados evoluírem para que os serviços sejam directamente proporcionados aos investidores e os intermediários se desenvolverem para a desintermediação a nível das Bolsas, é natural que passemos a ser concorrentes uns dos outros. Mas, para já, continuaremos a ser facilitadores de negociações para os intermediários. Nós estamos preparados para essa possibilidade. Mas para a total desintermediação é preciso regulamentação que equipare os investidores institucionais aos particulares.
EXP. - A internalização de ordens - que permite aos intermediários comprar e vender valores mobiliários sem recorrer às Bolsas - é uma ameaça ou uma oportunidade?
L.R. - É uma oportunidade. O PEX poderá facilitar esse serviço, porque para que haja internalização cada um dos intermediários terá de comprar o sistema de negociação. Não sei se teremos mercado ou volume suficiente para que isso aconteça. Nós poderemos alugar esse serviço aos intermediários. Eventualmente, esses alugueres poderão passar a vendas.
EXP. - Já foi definido o valor das taxas a aplicar a este mercado?
L.R. - Enquanto o PEX não estiver devidamente constituído não haverá discussão sobre essa matéria. Mas a CMVM já se mostrou sensível ao assunto.
EXP. - Continuam a querer incentivos fiscais?
L.R. - Conversámos com o secretário de Estado do Tesouro e das Finanças, que deu importância não só ao mercado de capitais como a este projecto. Já tivemos também indicação de que o próprio Ministério da Economia vê com bons olhos um projecto deste tipo. Mas tenho alguma reserva que o mercado seja constituído por investidores à procura de incentivos fiscais. Já tivemos essa experiência e já vimos qual o resultado a médio e longo prazo. Nesse sentido, os benefícios fiscais são um acréscimo que as empresas poderão ter, mas não serão esses incentivos que ditarão o sucesso do projecto.
EXP. - Que informação têm de prestar aos investidores as empresas cotadas no PEX?
L.R. - Há níveis mínimos de informação obrigatória. Vamos incentivar as empresas a ir além desses níveis, sempre numa postura didáctica.
Pedro Lima
Ex-quadros da Bolsa fazem PEX
O PEX (Private Exchange) vai ter um conselho geral, onde estarão sentados os accionistas da OPEX, empresa que controla 100% deste mercado não regulamentado. Terá também uma direcção, onde estarão os promotores/gestores do projecto. Além de Luís Rodrigues, que esteve durante anos ligado à Bolsa portuguesa, o PEX conta com Correia de Matos, ex-presidente da Interbolsa, e com Jorge Valentim Lourenço, que saiu da administração da Bolsa de Valores de Lisboa e Porto (BVLP) após a fusão com a Euronext. Inicialmente, o projecto nasceu da iniciativa de Álvaro Dâmaso, que entretanto se afastou para presidir à ANACOM (entidade reguladora das comunicações) mas que esteve muitos anos ligado à Bolsa, de António Nogueira Leite, ex-presidente da BVLP e ex-secretário de Estado, que deverá ser presidente do conselho de gestão da OPEX, e de Luís Rodrigues.
As linhas de actuação passarão não só pela negociação de acções mas também por novos produtos e serviços inexistentes em Portugal, assim como pelo aluguer de sistemas informáticos. Em dois anos prevê-se atingir entre 100 a 150 instrumentos financeiros negociados, e em três anos chegar-se-á ao «break-even». O capital actual é de 1,6 milhões de euros (os promotores/equipa de gestão terão 750 mil euros, o parceiro tecnológico Datacomp 250 mil, empresas de capital de risco 450 mil e um grupo de investidores particulares não identificados 100 mil). Em 2003, o capital será de 3 milhões de euros, prevendo-se a entrada de empresas que vierem a ter títulos negociados no PEX.
Abraço,
Dwer
There is a difference between knowing the path and walking the path
Dwer
There is a difference between knowing the path and walking the path
pergunta
O que é o PEX?
Uma nova bolsa?
Em que estadio de desenvolvimento se encontra?
Algum esclarecimento é bem vindo
cumps
Uma nova bolsa?
Em que estadio de desenvolvimento se encontra?
Algum esclarecimento é bem vindo
cumps
Se naufragares no meio do mar,toma desde logo, duas resoluções:- Uma primeira é manteres-te à tona; - Uma segunda é nadar para terra;
Sun Tzu
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