Construindo António Mota
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Construindo António Mota
Construindo António Mota
Alexandra Figueira
"Há cinco anos, o mercado foi surpreendido com o anúncio de uma compra hostil no sector da construção.
António Mota, presidente da Mota & Companhia, hoje com 49 anos, decidiu passar das palavras que reivindicavam (e continuam a reivindicar) uma maior concentração empresarial no sector aos actos e, numa operação cujos contornos motivaram uma verdadeira novela nos jornais (e sobretudo manobras de bastidores que apenas se podem adivinhar), lançou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a Engil.
Alguns meses e muita tinta depois, com intervenções de Belmiro de Azevedo, da FCC espanhola e de empresas de menor dimensão como a Adriano - que pertencia ao universo Engil e que acabou por sofrer um managment buy out (e está agora prestes a terminar uma fusão com a Monte e Monte) - e com um caso de “insider trading” por um administrador do grupo a resultar numa condenação, António Mota viu recompensados os seus esforços e absorveu dentro da Mota & Companhia uma construtora maior que a que herdou de seu pai, Manuel António da Mota. Nasceu assim aquele que hoje é o maior grupo de construção civil e obras públicas do país, na maior operação de concentração de sempre no sector.
A oportunidade da operação e a agressividade com que a levou a cabo caracterizam António Mota como um homem de visão no quase hermético negócio das obras públicas. Munido de um grupo que no final de 2002 tinha uma carteira de encomendas de quase dois mil milhões de euros e mantendo há longos anos pessoas da sua confiança nos mais elevados cargos do grupo (mas sem deixar de fora dois administradores transitados da Engil, Carlos Martins e Esmael Gaspar), o empresário lançou-se desde cedo naquele que acredita ser um dos mercados de futuro: a Europa de Leste.
Praticamente ao mesmo tempo que lançava a OPA sobre a Engil, avançou para a constituição ou compra de empresas na República Checa, na Hungria e na Polónia, seguindo a estratégia de conquistar um nome reconhecido naqueles países quando fosse finalmente assinada a sua entrada na União Europeia e passados os chorudos cheques dos fundos estruturais.
O espectro espanhol
Mas se por um lado António Mota avançou em força para a Europa de Leste, por outro tem reclamado sucessivamente protecção dentro de Portugal contra empresas espanholas. Com a ameaça de perda de soberania nacional no que à construção diz respeito, o presidente não pede abertamente proteccionismo (no que aliás violaria legislação comunitária), mas vai protestando contra a possibilidade de nos tornarmos uma região autónoma espanhola. Ficará na história (apesar de ser impossível publicar muitos dos pormenores que a rodearam) a batalha que travou contra a Ferrovial pela conquista da auto-estrada de portagens virtuais do Grande Porto.
A entrada da Mota Engil no negócio das concessões foi outro ponto-chave da vida da empresa. Hoje, lidera o número de quilómetros de auto-estrada concessionados em Portugal (ou não fosse licenciamento pela Universidade do Porto precisamente em engenharia civil e vias de comunicação) e entrou nesse negócio em países como a Irlanda ou a Grécia. Aliás, tudo o que é concessão está na mira de António Mota: desde hospitais a prisões, passando pelo TGV e pela área do ambiente, em que tem reforçado a sua presença, curiosamente em conjunto com uma espanhola, a Dragados. Sempre mantendo um conjunto de parcerias estáveis, nomeadamente com o Banco Espírito Santo, a Alberto Mesquita e, claro, a Adriano e Monte e Monte.
A vontade de crescer também pela via das parcerias continua em cima da mesa de António Mota. Recentemente, quebrou um acordo estabelecido com a Teixeira Duarte e a Somague para obras de grande dimensão. O motivo foi, novamente, Espanha, mais propriamente a venda da Somague por Diogo Vaz Guedes à Sacyr.
Todo o historial de António Mota, contudo, permite antecipar que não se deixará ficar quieto por muito tempo."
Histórias de vida... veremos como acabam.
Cumprimentos
JCS
Alexandra Figueira
"Há cinco anos, o mercado foi surpreendido com o anúncio de uma compra hostil no sector da construção.
António Mota, presidente da Mota & Companhia, hoje com 49 anos, decidiu passar das palavras que reivindicavam (e continuam a reivindicar) uma maior concentração empresarial no sector aos actos e, numa operação cujos contornos motivaram uma verdadeira novela nos jornais (e sobretudo manobras de bastidores que apenas se podem adivinhar), lançou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a Engil.
Alguns meses e muita tinta depois, com intervenções de Belmiro de Azevedo, da FCC espanhola e de empresas de menor dimensão como a Adriano - que pertencia ao universo Engil e que acabou por sofrer um managment buy out (e está agora prestes a terminar uma fusão com a Monte e Monte) - e com um caso de “insider trading” por um administrador do grupo a resultar numa condenação, António Mota viu recompensados os seus esforços e absorveu dentro da Mota & Companhia uma construtora maior que a que herdou de seu pai, Manuel António da Mota. Nasceu assim aquele que hoje é o maior grupo de construção civil e obras públicas do país, na maior operação de concentração de sempre no sector.
A oportunidade da operação e a agressividade com que a levou a cabo caracterizam António Mota como um homem de visão no quase hermético negócio das obras públicas. Munido de um grupo que no final de 2002 tinha uma carteira de encomendas de quase dois mil milhões de euros e mantendo há longos anos pessoas da sua confiança nos mais elevados cargos do grupo (mas sem deixar de fora dois administradores transitados da Engil, Carlos Martins e Esmael Gaspar), o empresário lançou-se desde cedo naquele que acredita ser um dos mercados de futuro: a Europa de Leste.
Praticamente ao mesmo tempo que lançava a OPA sobre a Engil, avançou para a constituição ou compra de empresas na República Checa, na Hungria e na Polónia, seguindo a estratégia de conquistar um nome reconhecido naqueles países quando fosse finalmente assinada a sua entrada na União Europeia e passados os chorudos cheques dos fundos estruturais.
O espectro espanhol
Mas se por um lado António Mota avançou em força para a Europa de Leste, por outro tem reclamado sucessivamente protecção dentro de Portugal contra empresas espanholas. Com a ameaça de perda de soberania nacional no que à construção diz respeito, o presidente não pede abertamente proteccionismo (no que aliás violaria legislação comunitária), mas vai protestando contra a possibilidade de nos tornarmos uma região autónoma espanhola. Ficará na história (apesar de ser impossível publicar muitos dos pormenores que a rodearam) a batalha que travou contra a Ferrovial pela conquista da auto-estrada de portagens virtuais do Grande Porto.
A entrada da Mota Engil no negócio das concessões foi outro ponto-chave da vida da empresa. Hoje, lidera o número de quilómetros de auto-estrada concessionados em Portugal (ou não fosse licenciamento pela Universidade do Porto precisamente em engenharia civil e vias de comunicação) e entrou nesse negócio em países como a Irlanda ou a Grécia. Aliás, tudo o que é concessão está na mira de António Mota: desde hospitais a prisões, passando pelo TGV e pela área do ambiente, em que tem reforçado a sua presença, curiosamente em conjunto com uma espanhola, a Dragados. Sempre mantendo um conjunto de parcerias estáveis, nomeadamente com o Banco Espírito Santo, a Alberto Mesquita e, claro, a Adriano e Monte e Monte.
A vontade de crescer também pela via das parcerias continua em cima da mesa de António Mota. Recentemente, quebrou um acordo estabelecido com a Teixeira Duarte e a Somague para obras de grande dimensão. O motivo foi, novamente, Espanha, mais propriamente a venda da Somague por Diogo Vaz Guedes à Sacyr.
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---Tudo o que for por mim escrito expressa apenas a minha opinião pessoal e não é uma recomendação de investimento de qualquer tipo---
https://twitter.com/JCSTrendTrading
"We can confidently predict yesterdays price. Everything else is unknown."
"Every trade is a test"
"Price is the aggregation of everyone's expectations"
"I don't define a good trade as a trade that makes money. I define a good trade as a trade where I did the right thing". (Trend Follower Kevin Bruce, $5000 to $100.000.000 in 25 years).
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