OT - Faleceu Margaret Thatcher
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Re: OT - Faleceu Margaret Thatcher
Creio que o video se perdeu com a migração do Caldeirão por isso aqui fica novamente.
There is no such thing as public money. There is taxpayers' money.
There is no such thing as public money. There is taxpayers' money.
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Quico Escreveu:Nada mais actual: "There is no such thing as public money. There is only tax payers money!"
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Impressionante este discurso, já tem 30 anos e continua tão actual...
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Provavelmente a opinião mais equilibrada que li até hoje sobre a Thatcher.
O mundo de Maggie
O funeral de Margaret Thatcher realiza-se esta quarta-feira, em Londres. Em vida como na morte, a baronesa que governou a partir de Downing Street, de 1979 a 1990, continua a despertar tanto amor quanto ódio.
Margaret Thatcher é vista por alguns como a coveira do consenso do pós-guerra e da social-democracia, na Europa. As teorias liberais foram afastadas por décadas, na sequência da Grande Depressão, mas ressurgem no Chile de Pinochet, a partir de 1973, sob influência da escola de Chicago. Quando Thatcher chega ao poder, a solução keynesiana parece esgotada, pelo menos na Grã-Bretanha: as greves paralisam o país, a inflação está descontrolada e a nação desmoralizada. O lixo acumula-se nas ruas. Indústrias decadentes agonizam. Margaret, desde os tempos de Oxford uma adepta do neoliberalismo, tem a solução: menos Estado, menos subsídios e impostos, mais ética de trabalho (contra a "subsidiodependência"). Desregulamentação, liberalização, patriotismo, ganância e austeridade, muita austeridade. Este individualismo exacerbado está bem patente na sua célebre frase "Não existe nada a que se possa chamar sociedade. Há indivíduos, homens e mulheres, e há famílias (...) [As pessoas] devem olhar por si próprias, em primeiro lugar (...)." Os pobres devem emancipar-se, tornar-se "responsáveis". Não por caso, a sua primeira alcunha, enquanto ministra da Educação do Governo de Edward Heath, foi "ladra do leite" - pois acabou com a sua distribuição gratuita nas escolas. Mas, há que dizê-lo, o país tinha sido recentemente forçado a pedir um empréstimo ao... FMI.
Esta retórica - escreve, por exemplo, o historiador Tony Judt - "era muito sedutora para os jovens eleitores, sem experiência pessoal das consequências destrutivas de tais opiniões, da última vez que tinham sido aplicadas, meio século antes", e, como resultado, "os discípulos políticos de Hayeck e Friedman conseguiram apoderar-se do controlo da política pública e infligir uma transformação radical ao país". E isto antes de Ronald Reagan chegar ao poder, nos EUA, com uma ideologia muito semelhante. Thatcher seria, assim, a timoneira de uma transformação que se espalharia - e provavelmente ainda ouvimos ecos dela, nesta crise - por todo o planeta.
O capitalismo popular ou de casino
Durante dois anos, a sua política económica parecia falhar - o desemprego aumentava brutalmente, com a destruição das indústrias têxteis, naval e do carvão. Mas aos seus colegas conservadores que lhe pediam uma mudança respondeu: "Deem os senhores voltas, se quiserem. Esta senhora não é de voltas." Uma das suas grandes jogadas foi a venda das habitações sociais aos seus ocupantes e outra o encorajamento para que a classe média investisse na bolsa (de 1980 a 1990, o número de detentores de ações, no Reino Unido, passou de 3 milhões para 11 milhões). A política fiscal trabalhista - que, então, podia chegar a levar 83% dos lucros - caminhava em direção "não só do socialismo como do comunismo", afirma Thatcher. Assim, promove a descida do IRC e aumenta o IVA. Em 1986, promove a desregulamentação da City, o que fará dela o segundo maior centro financeiro do mundo, depois de Nova Iorque. No caminho, a indústria, que representava cerca de 25% do PIB, sofre contrações enormes. A economia passa a depender, cada vez mais, dos serviços, sobretudo financeiros. Mas, em 1987, a inflação está controlada, o desemprego diminui e o crescimento é, ou parece, sustentado. Há quem tenha chamado a esta política "capitalismo popular". Outros, como a economista Susan Strange, apelidaram-na de "capitalismo de casino" - refletindo a noção de que a especulação e o trading financeiro não deveriam ser mais importantes do que a indústria.
A mulher que destruiu os sindicatos
Outra influência thatcherista duradoura foi a anulação dos sindicatos. A futura baronesa de Kesteven fez aprovar leis que limitavam a capacidade dos dirigentes de organizarem greves e, em 1984-85, esmagou o sindicato nacional dos mineiros, durante uma paralisação que lhe demorou um ano a vencer e em que ela comparou os grevistas aos invasores das Malvinas, chamando-lhes "o inimigo interno". (O mesmo que fez, juntamente com Rupert Murdoch, seu aliado político, aos tipógrafos). Entre 1980 e 1988, faz aprovar leis que limitam em muito a ação dos sindicatos, acabando, por exemplo, com o sistema de closed shop, que obrigava a que, em certos setores, só operários sindicalizados fossem contratados. Isso valeu-lhe o ódio das classes trabalhadoras. Ainda num congresso sindical recente se vendiam T-shirts que diziam "dançaremos sobre a tumba" de Thatcher. Mas se, em 1979, se perdiam 29 milhões de dias de trabalho por ano, em 1990 perdiam-se apenas 2 milhões. Pelo caminho, reduziu a importância das organizações sindicais que viram fugir associados, um movimento que ainda está por estancar em toda a Europa.
Privatizações: os telefones do Governo
As privatizações não foram começadas pela "dama de ferro", mas pelos trabalhistas, com a British Petroleum, em 1976, por ordem do FMI. Nem parecem ter sido uma opção ideológica, pelo menos não no primeiro mandato. Mas Thatcher era uma mulher pragmática e o dinheiro dava jeito: de 1984 a 1991, um terço do total do património estatal privatizado em todo o mundo pertencia à Grã-Bretanha. Mas, como nota Jonatham Fredland, no Guardian, as privatizações tiveram vantagens. "Quando ela tomou as rédeas, os telefones ainda diziam 'propriedade dos Correios' - isto é, do Governo." Esperavam-se semanas para ter um. Pior, o aparelho estava pregado à parede e não podia ser mudado de sítio, sem autorização da companhia. Assim, foram tantas as privatizações que, quando John Major chegou ao poder, em 1990, já só pôde privatizar... os caminhos de ferro, uma decisão que ainda hoje os britânicos - muitos tories incluídos - lamentam.
Herança: um país dividido
Apesar de todas estas políticas, a despesa pública, em 1988, era praticamente igual à de 1978: 42,5% (contra 41,7%) do PIB. A razão? Os enormes gastos com o desemprego, que já atingia 3,5 milhões de pessoas. Os mais desfavorecidos tinham, agora, de se contentar com trabalhos mal pagos e a tempo parcial, sem benefícios, e eram incapazes de se sustentar e às suas famílias - uma situação que não pareceria estranha ao "filhos enjeitados" da Agenda 2010, de Gerhard Schröder, do SPD alemão. A parte da população mais desfavorecida empobreceu ainda mais, sob a governação de "dama de ferro". O número de pessoas a viver abaixo do limiar de pobreza ultrapassou 20% quando, uns anos antes, se ficava por 8 por cento. O problema dos sem-abrigo - que o resto da Europa desenvolvida tinha resolvido havia décadas - ressurgia em força, em Londres: 80 mil, dez vezes mais do que antes da era Thatcher. Quando ela cai, em 1990, a economia estava forte, a inflação controlada e o desemprego já atingira o seu pico. Mas a fratura social, essa, continua ainda hoje..
O lado errado da História: Malvinas, Pinochet e Mandela
Em 1982, o exército argentino invade as Ilhas Malvinas mas a resposta incisiva de Thatchet será crucial para a manutenção do território do Atlântico Sul sob a Union Jack e, também, para a sua reeleição. Há quem diga que se não fosse o "espírito das Falkland" teria sido conhecida pelo cognome de "Margaret, a breve". Mas todos os estadistas têm sorte. Será aqui que começa a sua boa relação com o ditador chileno Augusto Pinochet, que dá apoio à armada britânica, durante o conflito. Uma amizade que manterá, mesmo quando, em 1999, o general é detido, no Reino Unido, a mando do juiz espanhol Baltasar Garzón. "Estou consciente de que fostes vós quem trouxe a democracia ao Chile." Thatcher ainda não sofria, talvez, do problema de demência que a sua filha revelaria ao mundo em 2005, mas, para o escritor chileno Ariel Dorfman, esta afirmação é tão "absurda" como dizer que "ela trouxe o socialismo à Grã-Bretanha". Não seria a primeira vez que a baronesa se encontrava do lado errado da História. Afinal, chamara terrorista a Nelson Mandela e ao ANC e o seu Governo fez o que pôde para retardar a aplicação de sanções ao regime do apartheid.
Antieuropeísmo: Jacques, senhor Jacques
Houve um tempo em que a dama de ferro parecia europeísta. Mas não demoraria muito até que fizesse o discurso do "queremos simplesmente o nosso dinheiro de volta", em Fontainebleau, em 1984. A Europa que lhe parecia apropriada era a do mercado livre e das pátrias. Dava-se terrivelmente mal com o presidente da Comissão Europeia, o socialista Jacques Dellors, a quem tratava por senhor, para lhe fazer compreender que não passava de um funcionário - alto funcionário, sim, mas funcionário. Chegou a chamar ao projeto europeu "a maior loucura da época moderna", um produto da "vaidade intelectual" dos seus criadores. Temia a criação de um "superestado" burocrata e hiper-regulado. A sua herança está ainda patente no referendo que David Cameron aceitou realizar sobre a permanência do país na UE.
Cultura: detestada pela cena Pop
Uma anedota, na popular série de TV dos anos 80 Spitting Image, ilustra o quanto a filha de um merceeiro de Lincolnshire era vista, nos meios culturais, como uma mulher autoritária e antipática (é dela a frase: "Não me importo que os meus ministros falem demais desde que façam como eu quero.") No sketch, Thatcher e os seus ministros reúnem-se para jantar e ela pede um bife. "E quanto aos vegetais?", pergunta-lhe o empregado. "Eles comem o mesmo que eu..."
Thatcher é mesmo odiada pela cena musical britânica, a ponto de, horas depois da sua morte, o ex-vocalista dos Smiths, Morrissey, escrever que se tratava de uma "bárbara". Como quer que seja, sem ela, os Iron Maiden teriam, provavelmente, de arranjar outro nome (trata-se de um trocadilho entre um instrumento de tortura e a alcunha de "dama de ferro"), Roger Waters, dos Pink Floyd, não teria começado uma música perguntando "Oh Maggie what have we done?" e filmes como Trainspotting, Billy Elliot ou Raining Stones teriam de ser reescritos.
Guerra Fria
Com Ronald Reagan e João Paulo II é-lhe atribuída uma contribuição essencial - esta semana reconhecida por Angela Merkel - para a queda do Muro de Berlim e da URSS. Sob sua tutela, o Reino Unido promoveu o boicote aos Jogos Olímpicos de Moscovo, permitiu a instalação de mísseis nucleares no seu território, renovou a frota atómica e aumentou o orçamento da Defesa em 21,3%, entre 1979 e 1985. Mas recebeu a Glasnost de Gorbachev de braços abertos, ainda que o resultado final, a reunificação da Alemanha, não fosse do seu agrado.
A Terceira Via
Margaret Thatcher anulou o Labour por mais de uma década. Os trabalhistas só conseguiram voltar ao poder quando Tony Blair os convenceu a desistir da sua política de reverter as privatizações e, ao mesmo tempo, reparar os danos ao setor público da era Thatcher com injeções de dinheiro nas áreas sociais. No fundo, nota a Economist, a baronesa "recentrou a política dramaticamente à direita", de forma que "os novos trabalhistas dos anos 90 concluíram que só poderiam salvar o partido da sua ruína, adotando as fundações centrais do thatcherismo". Foi assim que nasceu o socialismo da Terceira Via, que, depois, se espalhou pelo Velho Continente. Reza a lenda que, uma vez, interrogada sobre qual tinha sido o seu maior feito, Maggie terá respondido com um sorriso: "Tony Blair."
Ler mais: http://visao.sapo.pt/o-mundo-de-maggie= ... z2QfDvkSaD
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
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ul Escreveu:Este maus fígados deve-se a ela ter demolido os muros das amadas pátrias , que deixou órfão muita gente ..
Além dos sindicatos britânicos, quais foram aos muros que ela demoliu?
ul Escreveu:Só que esta mulher tinha o defeito de amar a liberdade, política e económica de não gostar de regimes totalitários
Sim, sem duvida que ela amava a liberdade dela, em relação à dos outros dependia onde eles viviam....
Mas já percebi o teu ponto de vista, há os ditadores bons (os que são apoiados pelas figuras que defendes) e os ditadores maus (os que são apoiados pelas figuras que não gostas).

"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
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JDoe Escreveu:ul Escreveu:Só que esta mulher tinha defeito de amar a liberdade, política e económica e de nao gostar de regimes totalitários
A não ser que fossem Ditaduras Sul-Americanas ou Africanas?
Pois! ...que a "realpolitik" só é boa quando praticada por políticos (ditos) de esquerda!

"People want to be told what to do so badly that they'll listen to anyone." - Don Draper, Mad Men
Este maus fígados deve-se a ela ter demolido os muros das amadas pátrias , que deixou órfão muita gente ..
Só que esta mulher tinha defeito de amar a liberdade, política e económica e de nao gostar de regimes totalitários
Só que esta mulher tinha defeito de amar a liberdade, política e económica e de nao gostar de regimes totalitários
mais_um Escreveu:Artigo (parcial) de opinião de Manuel Loff, Thatcher, o mitoÉ verdade: ganhou três eleições consecutivas (1979, 1983, 1987), mas - qual triunfo, qual quê - nunca acima dos 44% dos votos (menos de 1/3 dos eleitores), as mais reduzidas vitórias eleitorais desde 1945, cada uma delas com menos votos que a anterior. Apesar de todos os disparates sobre "a vitória do senso comum sobre a ideologia", Thatcher nunca convenceu os britânicos. "O seu legado é o da divisão social, egoísmo privado e o culto da ganância" (Guardian, editorial, 9.4.2013). Thatcher implantou a fórmula que nos trouxe até onde estamos: desregulação económica, empobrecimento generalizado dos assalariados, um aspirador de riqueza de baixo para cima que fez da Grã-Bretanha a mais injusta das sociedades pós-industriais. Funcionou? Durante o seu governo, e apesar de todo o petróleo escocês cujo preço subira astronomicamente, o Reino Unido passou de 5.ª para 6.ª economia mundial, ultrapassada pela Itália, atrás da França e da própria URSS em plena crise de dissolução. Hoje é a 7.ª e caminha para o 10.º lugar. Para quem gasta encómios à reforma económica (melhor seria dizer, à devastação produtiva) thatcherista, os dados da História parecem não contar para nada...’
Fonte : Publico de 11 de Abril.
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Artigo (parcial) de opinião de Manuel Loff, Thatcher, o mito
Fonte : Publico de 11 de Abril.
É verdade: ganhou três eleições consecutivas (1979, 1983, 1987), mas - qual triunfo, qual quê - nunca acima dos 44% dos votos (menos de 1/3 dos eleitores), as mais reduzidas vitórias eleitorais desde 1945, cada uma delas com menos votos que a anterior. Apesar de todos os disparates sobre "a vitória do senso comum sobre a ideologia", Thatcher nunca convenceu os britânicos. "O seu legado é o da divisão social, egoísmo privado e o culto da ganância" (Guardian, editorial, 9.4.2013). Thatcher implantou a fórmula que nos trouxe até onde estamos: desregulação económica, empobrecimento generalizado dos assalariados, um aspirador de riqueza de baixo para cima que fez da Grã-Bretanha a mais injusta das sociedades pós-industriais. Funcionou? Durante o seu governo, e apesar de todo o petróleo escocês cujo preço subira astronomicamente, o Reino Unido passou de 5.ª para 6.ª economia mundial, ultrapassada pela Itália, atrás da França e da própria URSS em plena crise de dissolução. Hoje é a 7.ª e caminha para o 10.º lugar. Para quem gasta encómios à reforma económica (melhor seria dizer, à devastação produtiva) thatcherista, os dados da História parecem não contar para nada...’
Fonte : Publico de 11 de Abril.
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
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Já acrescento que o facto de ter disparado a produção (e exportação) de petróleo em 1980 também foi mérito da Thatcher....
http://crudeoilpeak.info/uk-peak


http://crudeoilpeak.info/uk-peak
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
Basta olhar para um gráfico da evolução da pobreza na GB para perceber o sucesso da Thatcher (do ponto de vista da população):
Fontes:
http://www.ifs.org.uk/publications/4637
http://www.poverty.org.uk/01/index.shtml
http://www.economicshelp.org/blog/5962/ ... k-economy/
Fontes:
http://www.ifs.org.uk/publications/4637
http://www.poverty.org.uk/01/index.shtml
http://www.economicshelp.org/blog/5962/ ... k-economy/
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"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
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O outro lado da Thatcher:
Throw out the myths about Margaret Thatcher
The reality was that Thatcher was neither popular nor successful economically. Labour must make a clean break with her policies
It is a truism that history is written by the victors. As Margaret Thatcher's economic policies were continued after she left office, culminating in economic catastrophe in 2008, it is necessary to throw out the myths peddled about her. The first is that she was popular. The second is that she delivered economic success.
Unlike previous governments, Thatcher's never commanded anything close to a majority in a general election. The Tories' biggest share of the vote under her was less than 44% in 1979, after which her vote fell. The false assertions about her popularity are used to insist that Labour can only succeed by carrying out Tory policies. But this is untrue.
The reason for the parliamentary landslide in 1983 was not Thatcher's popularity – her share of the vote fell to 42% – but the loss of votes to the defectors of the SDP and their alliance with the Liberals. Labour's voters did not defect to the Tories, whose long-term decline continued under Thatcher.
Nor did Thatcher deliver economic success, still less "save our country" in David Cameron's silly and overblown phrase-mongering. In much more difficult circumstances in 1945, the Labour government, despite war debt, set itself the task of economic regeneration, introduced social security and pensions, built hundreds of thousands of homes and created the NHS. In the 31 years before Thatcher came to office the economy grew by about 150%; in the 31 years since, it's grown by little more than 100%.
Thatcher believed that the creation of 3 million unemployed was a price worth paying for a free market in everything except labour. Thatcher's great friend Augusto Pinochet used machine guns to control labour, whereas Thatcher used the less drastic means of anti-union laws. But their goal was the same, to reduce the share of working class income in the economy. The economic results were the reason for Thatcher's falling popularity. As the authors of The Spirit Level point out, the inequality created led to huge social ills, increases in crime, addictions of all kinds and health epidemics including mental health issues.
Thatcher's destruction of industry, combined with financial deregulation and the "big bang", began the decline of saving and accumulation of private- and public-sector debt that led directly to the banking crisis of 2008. The idea that bankers would rationally allocate resources for all our benefit was always a huge lie. Now the overwhelming majority are directly paying the price for this failed experiment through the bailout of bank shareholders.
Thatcher was sustained only by one extraordinary piece of luck. Almost the moment she stepped over the threshold of Downing Street the economy was engulfed in an oil bonanza. During her time in office, government oil receipts amounted to 16% of GDP. But instead of using this windfall to boost investment for longer-term prosperity, it was used for tax cuts. Public investment was slashed. By the end of her time in office the military budget vastly exceeded net public investment.
This slump in investment, and the associated destruction of manufacturing and jobs, is the disastrous economic and social legacy of Thatcherism. Production was replaced by banking. House-building gave way to estate agency. The substitute for decent jobs was welfare. Until there is a break with that legacy there can be no serious rebuilding of Britain's economy.
The current economic crisis is already one year longer than the one Thatcher created in the early 1980s. In effect the policies are the same now, but there is no new oil to come to the rescue.
Labour will win the next election due to the decline in Tory support, which is even lower under Cameron than Thatcher. But Labour must come to office with an economic policy able to rebuild the British economy – which means a clean break with the economic policies of Thatcher. Labour can build an alliance of the overwhelming majority struggling under austerity: a political coalition to redirect resources towards investment and sustainable prosperity using all the available levers of government.
We can succeed by rejecting Thatcherism – the politics and economics of decline and failure.
http://www.guardian.co.uk/commentisfree ... t-thatcher
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
Quico Escreveu:
Pois! Mas segundo a "narrativa" politicamente correcta, ela era a "má da fita"!
Desculpa Quico, não tinha visto o teu post , estava a colocar o meu

...não sei se já tinhas visto este documentário?...
...a realidade é melhor que a ficção

“A única diferença entre mim e um louco é que eu não sou louco.”
Salvador Dali
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Re: Porque é que estas velhas conservadoras
Fiscalista Escreveu:Porque é que estas velhas conservadoras usam todas laca manhosa?
é para os socialistas deslizarem melhor...
Volta teu rosto sempre na direção do sol e então as sombras
ficarão para trás.
Lembra-te : se não tivesses lido e ouvido falar em aumento de capital tinhas entrado no bes... portanto...
ficarão para trás.
Lembra-te : se não tivesses lido e ouvido falar em aumento de capital tinhas entrado no bes... portanto...
Porque é que estas velhas conservadoras
Porque é que estas velhas conservadoras usam todas laca manhosa?
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Para todos os que gostam da História Política Contemporânea, vejam este documentário
http://www.youtube.com/playlist?list=PLBE787AFBFFF4838B
como ela chega ao Poder e como é afastada é uma lição acerca dos comportamentos sociais em torno do jogo Político.
http://www.youtube.com/playlist?list=PLBE787AFBFFF4838B
como ela chega ao Poder e como é afastada é uma lição acerca dos comportamentos sociais em torno do jogo Político.
“A única diferença entre mim e um louco é que eu não sou louco.”
Salvador Dali
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Nada mais actual: "There is no such thing as public money. There is only tax payers money!"
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...e para os que agora lamentam a adesão ao Euro e as cedências a Bruxelas (... ou agora à Alemanha, que financia a "coisa"): "No! No! No!"
(Isto mais de uma década atrás enquanto os papalvos dos tugas embarcavam alegremente numa aventura que agora vêm não ter retorno...)
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Pois! Mas segundo a "narrativa" politicamente correcta, ela era a "má da fita"!
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...e para os que agora lamentam a adesão ao Euro e as cedências a Bruxelas (... ou agora à Alemanha, que financia a "coisa"): "No! No! No!"
(Isto mais de uma década atrás enquanto os papalvos dos tugas embarcavam alegremente numa aventura que agora vêm não ter retorno...)
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Pois! Mas segundo a "narrativa" politicamente correcta, ela era a "má da fita"!

"People want to be told what to do so badly that they'll listen to anyone." - Don Draper, Mad Men
OT - Faleceu Margaret Thatcher
Margaret Thatcher morreu esta manhã, anunciou o seu porta-voz, Lord Bell. "É com grande consternação que Mark e Carol Thatcher anunciam que sua mãe, a baronesa Thatcher, morreu em paz esta manhã", afirmou Lord Bell.
A primeira e única mulher a chefiar o Governo britânico, doente há anos, sucumbiu a uma trombose. Tinha 87 anos. A Rainha Isabel II e o primeiro-ministro David Cameron já lamentaram o seu falecimento.
Primeira-ministra entre 1979 e 1990, a conservadora Thatcher transformou o país. Se os admiradores a elogiam por ter colocado o Reino Unido entre as maiores potências económicas e políticas do mundo, os detratores dizem que atentou contra os direitos dos mais desfavorescidos e acusam-na de insensibilidade social.
Margaret Hilda Roberts nasceu em 1925, no Lincolnshire. Filha de um merceeiro, pastor metodista e autarca, formou-se em Química. Já na faculdade, em Oxford, tinha atividade política, tendo-se interessado muito pelos escritos do economista Friedrich Hayek, ídolo dos conservadores. Foi presidente da Associação de Estudantes Conservadores.
Eleita deputada em 1959, foi secretária de Estado da Educação no Governo conservador de Edward Heath (1970-74), a quem arrebatou a liderança dos tories (nome por que são conhecidos os conservadores) em 1975, após uma derrota nas legislativas.
Três vitórias nas urnas
Thatcher venceu as eleições gerais de 1979, tornando-se a primeira chefe do Governo. Haveria de ganhar de novo em 1983 e 1987, um inédito no país. A sua governação - a mais longa de qualquer primeiro-ministro do país - caracterizou-se pelo esforço para retirar o Estado da economia - quer na indústria quer nos serviços públicos - e reduziu enormemente o poder dos sindicatos, que muito influenciavam o Governo trabalhista que a antecedera. Depressa ganhou a alcunha "Dama de Ferro".
Thatcher foi, a par do então Presidente dos EUA, Ronald Reagan, um ícone do capitalismo. Os dois e o Papa João Paulo II tiveram um papel político relevante na queda do comunismo, no fim da década de 1980. Outro traço da sua identidade foi o euroceticismo. Membro da União Europeia desde 1973, o Reino Unido mantém-se fora de várias das disposições comunitárias e, sobretudo, e como sempre defendeu Thatcher, da moeda única.
Um dos momentos mais difíceis de Margaret Thatcher no poder foi a Guerra das Malvinas - ou Falklands, como lhes chamam os ingleses. Quando os argentinos invadiram este arquipélago do Atlântico Sul, dominado por Londres desde o século XIX, a primeira-ministra liderou um conflito armado que haveria de vencer.
Mineiros e Bobby Sands
Outros momentos duros foram a greve dos mineiros, em 1984-85, que durou quase um ano, e a morte de Bobby Sands, membro do Exército de Libertação Irlandês (movimento terrorista que queria unir a Irlanda do Norte, britânica, com a República da Irlanda). Sands morreu em consequência da greve da fome que fez na prisão, tendo a governante rejeitado todos os pedidos de clemência.
Em 1990, o tom das críticas internas no Partido Conservador cresceu. Com sondagens e resultados eleitorais pouco abonatórios, os adversários internos afirmavam que Margaret estava a prejudicar o partido, após 11 anos no poder. Vários membros do Governo demitiram-se. Para evitar uma "guerra civil" entre tories, Thatcher demitiu-se. Sucedeu-lhe John Major, que venceu as legislativas seguintes. Pouco depois, a rainha fê-la baronesa.
Depois de deixar o poder, Margaret Thatcher continuou a intervir politicamente, enquanto se fazia consultora de várias grandes empresas. Em 1998 saiu em defesa do ditador chileno Augusto Pinochet, preso em Londres (onde recebia tratamentos médicos) por ordem do juiz espanhol Baltasar Garzón, que o acusara de crimes contra a Humanidade. Pinochet apoiara Thatcher na Guerra das Malvinas.
Os últimos anos
Em 2002, a 'Dama de Ferro' sofreu pequenos acidentes vasculares-cerebrais e foi aconselhada a não falar em público. No ano seguinte enviuvou, perdendo Dennis Thatcher, o seu marido, conselheiro e pilar de apoio. Voltou a aparecer em público no funeral de Ronald Reagan e em homenagens às vítimas do 11 de setembro.
Em 2010, ano em que o seu partido voltou ao poder após os 13 anos dos trabalhistas Tony Blair e Gordon Brown, Margaret Thatcher visitou o novo primeiro-ministro, David Cameron, na residência oficial do n.º 10 de Downing Street.
A partir desse ano, circularam informações sobre o agravamento da sua saúde e rumores de senilidade e perda de memória, ilustrados no filme de 2011 "A Dama de Ferro, que valeu a Meryl Streep um óscar de melhor atriz. No passado mês de dezembro, já muito debilitada, foi operada a um tumor na bexiga.
http://expresso.sapo.pt/morreu-a-dama-de-ferro=f798599


“When it is obvious that the goals cannot be reached, don't adjust the goals, adjust the action steps.”
― Confucius
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