Artigo sobre retoma da Bolsa
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Artigo sobre retoma da Bolsa
Artigo publicado hoje dia 20/01/04 às 13h51m no CanaldeNegócios.pt
Pedro S. Guerreiro
A subida da Bolsa e a amnésia investidora que se segue
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"Quem investiu 5.000 euros em Março passado na Impresa recebe hoje quase 14 mil euros. Há afrodisíaco mais potente?
É a retoma na Bolsa? Terá de facto o triénio Março de 2000 – Março de 2003 encerrado o "crash" a conta-gotas? Parece. Depois de os últimos três trimestres do ano passado terem trazido ganhos expressivos, o arranque fulgurante da bolsa em 2004 está a agitar o mercado português com um frenesim como já não se via há muito tempo.
Em apenas três semanas, o PSI-20 valorizou 4% e bateu uma barreira psicológica, a dos sete mil pontos, que não conhecia há ano e meio. E algumas acções acumulam subidas inverosímeis, sobretudo nas telecomunicações e nos "media", que haviam sido muito castigados.
No total, seis das 20 cotadas do principal índice da Euronext Lisbon já aumentaram este ano o seu valor em mais de 10%; duas delas (Sonaecom e Impresa) já valorizaram mais de 20%; outra (a PT) é uma "blue chip", com força que chegue para puxar o mercado.
Acompanha este movimento um óbvio aumento dos volumes transaccionados em bolsa, com uma transferência de investimentos de fundos obrigacionistas para accionistas.
Este ainda não é o regresso do capitalismo popular, até porque falta a dinâmica das privatizações para o contágio indiscriminado.
E será preciso mais, muito mais, para que os investidores que em 2000 compraram títulos da ParaRede a quase 10 euros (cotação ajustada) rejubilem com o máximo anual de 32 cêntimos agora registado. Mas estes são sintomas de que os investidores estão a assumir um maior perfil de risco. E isso também é um sinal de retoma económica.
Mas porquê? O que mudou tão subitamente com as 12 badaladas da consoada? Que informação passou a estar disponível que justifique a alteração do comportamento dos investidores e dos analistas? Que acontecimento extraordinário relançou o seu optimismo?
Que douta análise revelou que algumas correcções em baixa haviam sido fortes de mais? Nada, não se passou nada. Apenas um "clique" não identificável, de origem dispersa e imprecisa gerou um movimento comprador nas bolsas internacionais que passou para Lisboa.
Dinheiro chama vontade de ganhar dinheiro e ouvir que quem investiu 5.000 euros em Março passado em acções da Impresa recebe hoje quase 14 mil euros é afrodisíaco potente demais. E talvez suficiente para gerar um novo "boom" que voltará a ser tão irracional com todos os outros.
Os mercados não têm memória. Mas os investidores têm. Ou não?"
Pedro S. Guerreiro
A subida da Bolsa e a amnésia investidora que se segue
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"Quem investiu 5.000 euros em Março passado na Impresa recebe hoje quase 14 mil euros. Há afrodisíaco mais potente?
É a retoma na Bolsa? Terá de facto o triénio Março de 2000 – Março de 2003 encerrado o "crash" a conta-gotas? Parece. Depois de os últimos três trimestres do ano passado terem trazido ganhos expressivos, o arranque fulgurante da bolsa em 2004 está a agitar o mercado português com um frenesim como já não se via há muito tempo.
Em apenas três semanas, o PSI-20 valorizou 4% e bateu uma barreira psicológica, a dos sete mil pontos, que não conhecia há ano e meio. E algumas acções acumulam subidas inverosímeis, sobretudo nas telecomunicações e nos "media", que haviam sido muito castigados.
No total, seis das 20 cotadas do principal índice da Euronext Lisbon já aumentaram este ano o seu valor em mais de 10%; duas delas (Sonaecom e Impresa) já valorizaram mais de 20%; outra (a PT) é uma "blue chip", com força que chegue para puxar o mercado.
Acompanha este movimento um óbvio aumento dos volumes transaccionados em bolsa, com uma transferência de investimentos de fundos obrigacionistas para accionistas.
Este ainda não é o regresso do capitalismo popular, até porque falta a dinâmica das privatizações para o contágio indiscriminado.
E será preciso mais, muito mais, para que os investidores que em 2000 compraram títulos da ParaRede a quase 10 euros (cotação ajustada) rejubilem com o máximo anual de 32 cêntimos agora registado. Mas estes são sintomas de que os investidores estão a assumir um maior perfil de risco. E isso também é um sinal de retoma económica.
Mas porquê? O que mudou tão subitamente com as 12 badaladas da consoada? Que informação passou a estar disponível que justifique a alteração do comportamento dos investidores e dos analistas? Que acontecimento extraordinário relançou o seu optimismo?
Que douta análise revelou que algumas correcções em baixa haviam sido fortes de mais? Nada, não se passou nada. Apenas um "clique" não identificável, de origem dispersa e imprecisa gerou um movimento comprador nas bolsas internacionais que passou para Lisboa.
Dinheiro chama vontade de ganhar dinheiro e ouvir que quem investiu 5.000 euros em Março passado em acções da Impresa recebe hoje quase 14 mil euros é afrodisíaco potente demais. E talvez suficiente para gerar um novo "boom" que voltará a ser tão irracional com todos os outros.
Os mercados não têm memória. Mas os investidores têm. Ou não?"
Trade the trend.
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